A história da Missão Batista no curto período do Segundo Império brasileiro dá para dizer muita coisa. Do ponto de vista prático estava longe de ser animador. A Junta de Richmond enviara ao Brasil, nesses últimos anos do reinado de D. Pedro II, seis homens e nove mulheres. Quase todos eles, senão todos, foram vítimas da febre amarela, varíola, beri-beri ou outras moléstias perigosas daquela época em que a ciência não tinha os recursos de hoje para combatê-las, e a febre amarela era muito mais perigosa para o estrangeiro do que para os brasileiros que eram gradualmente imunizados pela própria natureza.
Quatro homens e seis mulheres tiveram que abandonar o serviço missionário no Brasil por causa do estado precário da saúde e uma moça já recebera a sua coroa da vida. Os cinco missionários que continuaram no trabalho sofreram não somente as moléstias, como os insultos, ameaças, vilipêndios e perseguição. Mas, falando do ponto de vista espiritual, muitos motivos inspiraram aqueles que sabiam apreciar o dia de coisas pequenas. Os missionários encontraram em toda a parte amigos do evangelho. De todos os lados vinham convites de pessoas interessadas nos ensinos da Palavra de Deus. Se houve alguns perseguidores, houve ainda mais amigos. Se houve algumas perseguições, o governo geralmente era liberal e oferecia proteção aos evangélicos nos seus lugares de culto. Era um grande prazer trabalhar entre o povo brasileiro, de índole boa, hospitaleiro, inteligente, religioso e amável. O sucesso dos esforços missionários, apesar das lutas e dificuldades, a salvação de almas pela graça de Deus e o estabelecimento de igrejas cristãs, eram provas incontestáveis de que Deus estava dirigindo a Missão Batista Brasileira. As 8 igrejas com os seus 312 membros, os 7 pontos de pregação, 56 batismos no ano 1889 e as contribuições liberais das igrejas constituíram um bom prenúncio para os batistas brasileiros. Os 2 pastores nacionais e 8 obreiros leigos indicavam que a denominação estava tomando raízes no Brasil e manifestando as suas qualidades indígenas. REFERÊNCIA BÍBLIOGRÁFICA: CRABTREE, A.R.. "No Fim do Império" em "História dos Batistas do Brasil até o ano de 1906", páginas 99 e 100. Casa Publicadora Batista. 1940. |
SOBREBLOG do Grupo de Pesquisa sobre História e Memória dos Batistas Histórico
Outubro 2024
Categorias
Tudo
Os textos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente a posição oficial deste site ou do Memória dos Batistas, assim como todos os comentários publicados.
|