Do livro (p. 113-116) História de BMMB: 1935- 2010 por S. David Smith (A Editora Batista Regular está vendendo este , e outros, livros do Acervo (do S. David Smith). Dynes e Maxine McCullough (Esta informação foi extraída da autobiografia de Dynes McCullough, página 29, ditada por ele antes de sua morte). Dynes McCullough nasceu em Colerain, Irlanda, em 17 de maio de 1913. Quando Dynes era menino, ela costumava cantar nas esquinas das ruas de sua cidade e as pessoas davam-lhe dinheiro. Ele era filho de Robert and Maria Atkinson McCullough. Sua mãe era a caçula de 18 filhos. O avô de Dynes, Dynes Atkinson, era um pregador leigo da igreja Metodista em Coleraine, em Belfast, na Irlanda. Quando Dynes estava com 11 anos de idade, sua família imigrou para os Estados Unidos e estabeleceu-se em Detroit, Michigan. Certo dia, pouco tempo depois de terem chegado a Detroit, um pastor com o nome de Rev. Trabert passou por sua casa e o convidou para ir à Escola Dominical numa Igreja Batista próxima. Dynes gostou de ter ido à igreja com o Rev. Trabert especialmente porque ele pôde andar no Ford Modelo T do pastor.
Um dia, enquanto estava andando de bonde, ele recebeu um foleto de uma senhora que dizia: “A América do Sul Precisa de Você”. Antes mesmo de sair do bonde, Dynes soube que Deus o estava chamando para a América do Sul. Ele escreve em sua biografia: “Eu pensei que pudesse sair do bonde e partir direto para a América do Sul”. Seu pastor o encorajou a primeiro ir para um Seminário e, logo depois, Dynes inciava seus estudos no Moody Bible College. Durante seu tempo na Moody, Dynes cantava em um programa diário de rádio que ajudava a custear as despesas relacionadas ao seu estudo. Enquanto lá esteve, ele ficou de quarentena como portador do vírus da febre escarlatina. Quanto a isso, Dynes escreveu: “Eu não estava doente, mas pelo fato de ter sido considerado como um possível portador, eu tive de ficar de quarentena em meu quarto. Isso me deu tempo de sobra para gastar com a Palavra e buscar a vontade de Deus para minha vida. Quando chegou momento de ser liberado, eu já sabia que o Senhor desejava que eu servisse no Vale do Amazonas”. Dynes formou-se do Moody Bible Institute em 1938. Ele comentou com seu pastor sobre seu desejo de servir ao Senhor no Brasil; seu pastor lhe disse que Dynes estava pronto para ir e sua igreja iria pagar o sustento total de $75,00 dólares por mês para que ele pudesse partir imediatamente. Dynes ingressou na BMM, arrumou as malas e chegou ao Brasil no domingo de Páscoa de 1939. Quando Dynes chegou a Manaus, seu sustento era de 75 dólares por mês. O sustento dos Garent Trimble e de Walley Warfield era de 40 dólares mensais: por essa razão, ele ficou muito feliz em poder ajudar os missionários a pagarem a casa que tinham comprado, onde todos os missionários moravam. Tal casa, que foi a residência de todos os missionários, é a mesma propriedade onde todo o Seminário Batista do Amazonas esteve localizado até 2009. Dynes iniciou seu do português em Manaus, mas ele logo descobriu que seu professor, um advogado e professor de inglês/português, estava aprendendo mais do inglês do que Dynes, do português. Ele então partiu numa viagem de 30 dias pelo rio Solimões, numa embarcação a vapor movida à roda de pá, parecida com a que é encontrada no rio Mississipi. Seu destino era Cruzeiro do Sul, no Acre. Ao chegar à cidade de Cruzeiro do Sul, Dynes desembarcou e foi logo perguntando às pessoas se havia crentes na cidade. Não havia nenhum. Dynes manteve-se na estrada perguntando a desconhecidos sobre a existência de quaisquer crentes na cidade até que finalmente alguém o levou para uma casa fora da cidade. Quando Dynes perguntou a um homem se ele era um crente, ele lhe disse: “Você deve ser a resposta de nossas orações. Nós viemos do litoral para cá, a trabalho, e não temos ninguém para nos ensinar a Palavra de Deus. Entre, entre que a casa é sua”. E, por dois anos, Dynes morou com esse homem e sua família de nove filhos. Foi ali que ele aprendeu o português. Depois desses dois anos, ele voltou para Manaus. Quando lá chegou, Martha Hocking o encontrou no embarcadouro. Marta lhe perguntou: “How are you doing?” [“Como vai?”]. Dynes teve que se esforçar para pensar em algumas palavras em inglês para poder responder a ela. E as únicas palavras que lhe vieram à mente foram: “No good, no good”. Dynes retornou aos E.U.A. para sua primeira licença em abril de 1942. Enquanto esteve nessa licença, ele conheceu Maxine Cochran. Ela era a filha de Onnie e Ida May Cochran, e a sexta de sete filhos. Maxine nasceu em Mt. Vernon, Illinois, em 30 de junho de 1918. Seu avô materno era o Rev. Maxine Patrick Williams. Ele foi um ministro batista em Monte Vernon, Illinois, e área adjacente. Dynes conheceu Maxine em julho e se casaram quatro meses depois, em 28 de novembro de 1942. Maxine havia entrado para a BMM em 1º de agosto de 1942. Quando Maxine ingressou na BMM, seu objetivo era trabalhar na Bacia do Rio Amazonas. Devido à Segunda Guerra Mundial, Dynes e Maxine não puderam tomar um navio que viesse direto para o Brasil. Eles descobriram um navio que estava indo para o Chile, que iria atravessar o canal do Panamá. De New Orleans para o Panamá, eles viajaram em um comboio militar de 25 navios. Dois dos navios foram afundados por submarinos alemães, ao terceiro dia, já longe do porto. Dynes e Maxine viajaram 95 dias para chegarem a Manaus. Eles atravessaram o Canal do Panamá; Canne, no Peru, Lima, no Peru; Chiclayo, no Peru; Benjamin Constant, no Brasil; e, depois, Manaus. Após o nascimento do seu primeiro filho, eles começaram a fazer planos de voltar a Cruzeiro do Sul, no Acre, mas sua bagagem jamais chegou a Manaus. Já fazia quase um ano depois de terem retornado ao Brasil. Dynes e Maxine decidiram ir em frente, para Cruzeiro do Sul, mesmo sem sua bagagem. Um dia antes de saírem para sua jornada de 35 dias pelo rio, eles voltaram para a casa da missão e tiveram a surpresa da vida deles. Dynes escreveu o seguinte: “Bem, estávamos aqui em Manaus já havia quase um ano e ela (a nossa bagagem) não tinha chegado. Depois de muita checagem, descobrimos que, por algum motivo, ela tinha sido encaminhada para o Rio de Janeiro. Estávamos até conformados com o fato de que provavelmente jamais a veríamos novamente. Estávamos um pouco apreensivos sobre começar a viver no interior sem ter sequer o mínimo essencial a um lar. Foi aí, então, que Elva Barber veio até nós depois de ter acabado de dividir em dois — pratos, talheres, vasilhas, panelas, lençóis — tudo o que ela possuía. Isso foi um verdadeiro sacrifício cristão!”. Por volta de janeiro de 1944, eles se mudaram para Cruzeiro do Sul, e trabalharam por cerca de nove meses na mesma igreja que ele havia trabalhado durante sua primeira temporada. Um determinado dia, eles receberam um telegrama de alguns crentes de Rio Branco, no Acre, solicitando que Dynes e Maxine fossem até lá para começarem uma igreja naquela cidade, que era a capital do estado do Acre. Cruzeiro do Sul e Acre ficam apenas cerca de 600 quilômetros de distância no mapa, mas eles tiveram que viajar de volta para Manaus e depois mais 35 dias de viagem por outro afluente do rio Amazonas. Dynes contraiu febre tifóide durante esse tempo, mas ele se recuperou. Durante os próximos três anos, eles trabalharam e iniciaram a Primeira Igreja Batista em Rio Branco, no Acre. Além disso, Dynes tinha muitos pontos de pregação nas plantações de seringueiras na região. Ele usava uma canoa para visitar esses locais. Dynes e Maxine escreveram o seguinte sobre o tempo deles em Rio Branco, durante os primeiros quatro anos deles no Brasil: “Essa primeira temporada no Acre foi repleta de muitas experiências — dar início ao trabalho, viver na selva, sem água encanada e saneamento, sem eletricidade, sem fogão para cozinhar, com pouquíssima variedade de alimentos, e tudo o que se possa chamar de um estilo de vida completamente diferente. Mantive-me ocupado em fazer a igreja caminhar. O pequeno prédio que possuíamos logo teve de ser ampliado. E rapidamente ele, mais uma vez, tornou-se pequeno demais e teve que ser ampliado mais uma vez. A igreja crescia mesmo em face de muita perseguição de pessoas que eram incitadas pela Igreja Católica. Eles mandavam alguns rapazes interromperem os cultos. Nossas reuniões ao ar livre no mercado local muitas vezes eram atrapalhadas por coisas que eram jogadas contra nós. Os comerciantes eram orientados a não venderem para nós. Eles não nos deixavam nem sequer comprar água potável para beber, para isso era necessário que alguns amigos o fizessem para nós”. No ano de 1946, Dynes e Maxine estavam de licença e quando eles retornaram ao Brasil foram trabalhar na Igreja em Rio Branco com Wayne e Elva Barber. Em 1953, Dynes e Maxine se mudaram para Fortaleza, no Ceará. Dynes atuou como diretor da escola de idiomas por dois anos. Durante este mesmo período, ele também começou a Igreja Batista Regular de Mucuripe, na vila dos pescadores de Mucuripe, em Fortaleza. Seu primeiro templo ficava em uma cabana alugada com teto de palha de capim, que havia sido construída diretamente sobre a areia da praia. De 1954 a 1956, a igreja cresceu de uma frequência de 20 para 200. Em 1956, Dynes e Maxine se mudaram para o Sul do Brasil e trabalharam primeiro com Manny Woods e, depois, começaram a trabalhar na Igreja Batista Sião, em São Bernardo dos Campos, São Paulo. Durante a sua próxima temporada de serviço, Dynes trabalhou em quatro igrejas na região de São José dos Campos, São Paulo. Dynes fez um ano de trabalho como missionário evangelista. Durante certo período do ano, ele pregou todas as noites por nove semanas consecutivas sem nenhuma noite de folga. Depois disso, Dynes e Maxine iniciaram a Igreja Batista Lageado, em São Paulo, capital. O próximo trabalho de Dynes e Maxine em igreja foi de ajudar John e Karen Swedberg a iniciar a Igreja Batista Jardim Oriental, em Osasco, São Paulo. Dynes e Maxine voltaram para os E.U.A. em abril de 1981 e, depois, aposentaram-se oficialmente em 15 de novembro de 1981. Dynes morreu em Sebring, Flórida, em 27 de junho de 1991. Ele foi sepultado no Lakeview Memorial Gardens, na região de Lakeview na Flórida. Hoje (outubro de 2009), Maxine encontra-se com 91 anos de idade e vive em Avon Park, Flórida. Judy McCullough Withrow escreveu que: “Papai gravou dois discos 78 RPM e quatro long-plays que foram fundamentais em ajudar a prover uma grande parte do imóvel e dos prédios do Acampamento Maranata (São José Dos Campos, SP). Todos os lucros de tais gravações foram revertidos à obra de nosso Senhor no Brasil. Papai era um tenor irlandês que cantava com o coração. Muitas pessoas foram, e continuarão a ser, abençoadas com esse ministério”. Dynes disse a Marv Fray que, com a venda dos discos, ele havia levantado dinheiro suficiente para a construção de um prédio de dois andares multifuncional no Acampamento Maranata. No térreo, ficava o salão de reuniões onde os cultos eram realizados e, no andar superior, ficava o refeitório, onde eram servidas as refeições, como também a cozinha industrial. Foi o mais usado e o mais útil prédio no velho e amado Acampamento Maranata em São José dos Campos, SP. - - - O Acervo Batista Regular existe para preservar histórias assim. 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Julho 2024
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