Tudo aconteceu 1911 na Primeira Igreja Batista do Pará (organizada em 02 de fevereiro de 1897) localizada na cidade de Belém, igreja essa pastoreada na época pelo missionário Eurico Alfredo Nelson, o qual também foi o seu fundador (Eurico nasceu na Suécia, e aos 7 anos de idade imigrou para os EUA com os seus pais), carinhosamente intitulado de "Apostolo da Amazônia". No final de 1910, chegam ao Brasil dois jovens, vindos dos Estados Unidos, mas de origem Sueca, seus nomes eram Gunnar Vingren e Daniel Berg, que foram rapidamente apresentados ao pastor Eurico, visto que o mesmo era estadunidense e evidentemente falava inglês. Os dois intitulados missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, se apresentaram como sendo membros da igreja batista, apesar de não apresentarem cartas demissórias de suas igrejas de origem, mas devido as circunstancias, por estarem vindos dos Estados Unidos, serem batistas e de origem sueca, e mostrando-se desejosos de trabalharem pela causa do Senhor, naquele lugar, o pastor Eurico e o irmão João Jorge de Oliveira, os receberam e os apresentaram a igreja, sob a condição de eles trazerem as cartas demissórias das igrejas que eles pertenciam, cartas estas que alias, nunca chegaram, devido a isso foram aceitos como membros da igreja por reconciliação. (Como registrado na edição de numero 26 d'O Jornal Batista, de 06 de julho de 1911, que publicou a correspondência de Manoel M. Rodrigues, datada de 02 de junho de 1911, ver fotos anexas.) Passou os meses, os jovens foram aprendendo o português e passaram a vender bíblias de casa em casa, aproveitavam para fazer orações, lendo alguns trechos da Bíblia, em especial ao que fala sobre o Pentecostes e sobre Cornélio e convidava os crentes a se reunirem com eles após o culto para orarem. Após aprenderem a falar o português Daniel Berg e Gunnar Vingren, começam a estreitar os laços de amizades com os irmãos da Primeira Igreja Batista do Pará. O que facilitou aos dois jovens a convidar os crentes para as suas reuniões de orações após os cultos e nas casas, onde aproveitavam para ler mensagens referente ao Pentecostes e outras. Tudo isso ocorreu, na ausência e sem o conhecimento do pastor Eurico A. Nelson que estava de visita a Igreja de Manaus. Lógico que a grosso modo podemos dizer que foi um ato de rebeldia, por mais que a intenção fosse "boa", como membros da igreja, teriam que ter o aval do pastor e na sua ausência do responsável que ficou no lugar dele, que no caso foi o evangelista Raimundo P. Nobre. Abaixo vemos imagens da carta escrita pelo evangelista Raimundo ao Jornal Batista, datada de 19 de junho de 1911 e publicada na edição de numero 29, de 20 de julho de 1911, nas páginas 4 e 5 na coluna "Nossa Correspondência", onde o mesmo relata os transtornos que tal controvérsia causou a igreja, mais pelos excessos do que pela busca e o desfecho da mesma. Apesar de ser essa uma publicação polêmica, o que se tira dela é o contexto histórico, confirmando as datas e fatos divulgadas por nossos irmãos da Assembléia de Deus. A Assembléia de Deus é uma dissidência da Igreja Batista, iniciada por 17 irmãos membros da Primeira Igreja Batista do Pará (Belém), reitero aqui que todos eram membros, inclusive Daniel Berg e Gunnar Vingren, que foram recebidos através de reconciliação e não por transferência, visto que não apresentaram cartas demissórias das suas respectivas igrejas de origem nos EUA. Assembléia trás em si muitas das doutrinas batistas, no estilo de organização e administração. Ouve excessos e incompreensões dos dois lados, seja pela euforia de uns e pelo medo do novo de outros. Encerro esse tema com a imagem da página 6 (abaixo) da edição de numero 29 do Jornal Batista (O Jornal Batista de 20 de julho de 1910). Onde fica visível a posição batista da época que via a situação com tanta temeridade, o que não ocorre mais em nossos dias. CLIQUE PARA AMPLIAR
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AutorPublicações do Grupo de Pesquisa sobre História e Memória dos Batistas Histórico
Fevereiro 2021
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